Quando nasce um bebé, nasce uma mãe, renasce uma mulher!

A maternidade é um tempo de mudança. Mudança esta, que surge da entrega total de um ser a outro ser, sem mesmo o conhecer – mulher e bebé.

Um ser – a mulher – que oferece generosamente, sem contrapartidas, o seu corpo, não só o seu útero, mas todo o seu corpo – físico e mental. E nasce uma mãe.

Todo o corpo da mulher sofre alterações para garantir que o bebé terá as condições favoráveis ao seu crescimento e desenvolvimento.

Muitas vezes essas alterações são acompanhadas de desconfortos, que obrigam, desde muito cedo, a mulher a alterar toda a sua rotina diária, até mesmo o seu trabalho.

Na verdade, mesmo sentindo-se frustrada, pois é suposto a gravidez ser um tempo mágico, ela aceita e espera que tudo corra da melhor maneira para o seu bebé. Este é o amor e a entrega incondicional.

Nasce então um amor único, desconhecido, um amor sem precedentes, sem regras, que desperta uma entrega total, incondicional, generoso, altruísta pois não cobra, nem espera reciprocidade.

Mas de onde vem esta generosidade, este altruísmo por alguém que ainda não conhece?

De onde surge este instinto de proteção, de afeto sem limitações?

Será um instinto de perpetuar a espécie?

Será mais do que isso?

Será que de alguma forma as relações entre mães e filhos serão mais do que aquilo que acreditamos? Limitadas no tempo?

Sempre foi, para mim, muito difícil acreditar que o amor que uma mãe sente pelo seu filho, seja apenas um acontecimento limitado no tempo.

Um acontecimento que termina no momento da perda, ou do desaparecimento físico de um dos dois.

As minhas crenças sobre a vida e a morte assentam na existência da reencarnação, e que se tornaram mais válidas a partir do momento em que fui mãe.

“O corpo de uma mulher que se prepara para dar à luz está a ser eleito como canal, para a expressão da divindade em materialidade. Embora a ovulação seja uma lei da natureza, a conceção é uma lei de Deus.”

Corpo, mente e espírito, na gravidez e no parto.

Deepak Chopra

Sempre achei que o amor que sinto pelas minhas filhas é tão intenso que chega a ser palpável.

Uma energia poderosa que realmente é possível de ser sentida.

Uma energia que ocupa espaço, que transborda e que se espalha para além de mim.

Uma energia que me permite envolvê-las, acarinhá-las, protegê-las.

Uma energia que me faculta, inclusive, uma certa intuição e uma certa clarividência, conseguindo sentir, quando elas precisam de ajuda, quando elas precisam de mim.

Essa energia de amor que curiosamente cresce e se torna mais poderosa, à medida que os anos passam.

Ainda assim, para além desse amor inato, acrescenta-se o amor construído com base na vivencia, nas experiências, nas aventuras, nas dificuldades, na doença em tudo o que partilhamos.

Na minha perspetiva, não científica, mas intuitiva, esta energia não desaparece simplesmente, é impossível. Esta energia é transportada e transferida para uma nova vida e uma nova existência, pois para mim, só assim faz sentido.

E a cada vida esse amor renasce. A maternidade é renascimento!

É o renascer dessa energia de amor, transportada de geração em geração, de vida após vida. E em cada vida acrescentam-se novas vivencias, novos seres que recebemos e de cada um vem mais uma experiência de amor.

Desta forma a experiência da maternidade é uma experiência não só de amor, renascimento e empoderamento, mas também de crescimento espiritual, de elevação da nossa consciência. Afinal esse é um dos objetivos de estarmos por cá, sendo que a maternidade é uma ótima forma de seguirmos nessa caminhada.

Cada experiência de maternidade é mais um veículo para o empoderamento pessoal, enquanto mulheres, pois a cada experiência adquirimos mais capacidades de poder, motivação, desenvolvimento e liderança. Estas características permitem-nos crescer espiritualmente. Uma das ferramentas para a expansão da nossa consciência, é na minha opinião, a experiência da maternidade.

Nota do editor

a gravidez, o parto e o pÓs-parto,  são uma experiência única e não 3 diferentes experiências, as quais podemos separar. A Maternidade é o resultado desta experiência.

A experiência da maternidade trás consigo uma série de sensações e emoções que muitas vezes podem ser assuatadoras ou mesmo avassaladoras para algumas mulheres. Por vezes as crenças e os medos sobre este tema podem mesmo ser responsáveis por infertilidade, dificuldade e engravidar ou mesmo perdas gestacionais.

É muito importante que a mulher procure ferramentas que lhe permitem, por um lado, o autoconhecimento, e por outro a ajudem a identificar e ressignificar as suas crenças limitantes.

A experiência da matenidade deverá ser uma experiência de paz e crescimento. Uma oportunidade de avançar, expandir e confiar.

O Yoga e o Hypnobirthing são uma forma verdadeiramente eficaz de fazer esta caminada de evolução.

Autora Telma Cabral

27/10/23