Hoje é um dia de festa e de grande felicidade: a minha filha mais nova faz 24 anos.

Felizmente para ela e para a minha filha mais velha, 2 seres que amo profundamente, a vida permitiu-me fazer “as pazes” com as minhas experiências de parto, a tempo de não lhes provocar medos ou ansiedades.

Curiosamente, a vida levou-me a trabalhar com casais grávidos e perspicazmente obrigou-me a ajudá-los a conseguirem a sua Experiência de Parto Positiva, o que levou ao meu processo de cura.

No meu trabalho, trago até mim frequentemente, a minha experiência negativa de parto e deixam-me desperta para entender profundamente as expectativas das grávidas e oferecer-lhes ferramentas para reduzir essa possibilidade.

Quando engravidei da minha filha mais velha, o meu coração literalmente cresceu, e o meu Eu expandiu-se e milhões de sensações surgiram e eu encontrei em mim algo que desconhecia. Algo maravilhoso!

Infelizmente não fiz preparação para o parto e contava com a sorte para o dia do parto.

Na verdade, a sorte não me abandonou pois sobrevivi e a minha filha também.

(…) Embora não se falasse há 30 anos atrás dos direitos da mulher na gravidez e no parto, eu achei que muito me foi negado!

Telm Cabral

A verdade é que nada do que aconteceu naquele dia eu recordava com alegria, aliás durante algum tempo tinha pesadelos com o facto de poder engravidar outra vez e ter de passar pelo parto. Achava mesmo ser incapaz de repetir a experiência.

Embora não se falasse há 30 anos atrás dos direitos da mulher na gravidez e no parto, eu achei que muito me foi negado!

Quando entrei no hospital em trabalho de parto, fui imediatamente desconectada do meu marido, do meu companheiro de gravidez!

Fiquei sozinha, com medo (eu nunca tinha sentido medo), com dores que cada vez aumentavam mais.

Durante o período de dilatação, desesperava pois não me era permitido sair da cama, eu pedia à enfermeira para se sentar um bocadinho ao meu lado, para me fazer um pouco de companhia, mas ela dizia que não podia!

Eu sei bem o que é sentir solidão durante o trabalho de parto.

Eu sei bem o que é sentir que ia morrer…que o meu corpo não aguentava, era impossível que alguém aguentasse tal dor.

Eu sei bem o quanto ser obrigada a estar na cama é desesperante…

Quando perguntamos se ainda falta muito e seja qual for a resposta: ainda falta!! Ou está quase!! mas isto não te deixa mais tranquila pois não fazes a menor ideia em que parte do trabalho de parto te encontras.

Também me lembro bem de me recomendarem que nunca gritasse pois isso seria condenado severamente. Grande pressão não poder exprimir dor ou desconforto!!

O período expulsivo, desafiante nós sabemos, deve culminar em êxtase, com o nosso bebé a sair de dentro de nós e a ser colocado em cima de nós.

Devemos olhar um para o outro e apaixonarmo-nos!

Nada disto aconteceu, pois após uma boa manobra de Kristeller, uma episiotomia e uma posição de deitada com os ísquios bem fechados a minha menina nasceu.

Felizmente ela era (e é) perfeita e rapidamente veio para os meus braços já vestida e com um valente biberão de leite adaptado no estômago.

Eu sinceramente passei todo o tempo, durante a correção da episiotomia a dizer ao médico: Eu não tenho mais filhos!! A sério eu não tenho mais filhos.

Como se a experiência já não fosse tão intensa, a enfermeira informou-me em alta voz para que todos pudessem ser esclarecidos que com os meus mamilos eu nunca iria dar de mamar! Sentença dada!!! E não dei!

Embora eu continuasse a não querer ter mais filhos a verdade é que o meu coração de mãe foi tratando de curar a minha mente, e 6 anos mais tarde engravidei novamente.

Voltam os medos, e decidi logo de início que queria uma cesarina! A decisão foi tão poderosa que na verdade a minha 2º filha, a que faz 24 anos hoje, decidiu sentar-se já tarde, no 3º trimestre de gravidez. E lá fomos para uma cesariana!

Novamente sozinha no bloco, a viver esta experiência sem a pessoa que comigo foi responsável por este milagre de vida – o meu marido.

Na verdade, não morri e sinceramente e acho ser impossível aumentar a vinculação entre mim e as minhas filhas, mas sinto que não vivi nem a gravidez, nem o parto e muito menos o pós-parto de uma forma plena, mágica, intensa, tranquila, enriquecedora como eu agora ajudo a acontecer às grávidas que me procuram.

Eu lembro-me muito bem do que foi querer o meu marido ao meu lado e não poder, de querer perfilhar com ele este pedacinho da nossa vida onde ele não está, e não poder. Lembro-me do impacto das afirmações negativas, e principalmente recordo que faltou aquele empurrãozinho por parte dos profissionais de saúde que me poderia ajudar por exemplo a ter sucesso na amamentação.

Na segunda gravidez era importante que eu tivesse procurado ajuda para trabalhar os meus medos da experiência anterior, pois assim eu estaria empoderada para escolhas mais acertadas.

Agora passados todos estes anos, a minha missão é ajudar as grávidas e as mulheres que pretendem engravidar a enriquecerem-se com conhecimentos e ferramentas, para garantirem que se sentem seguras e capazes de parir de forma natural, respeitada e principalmente de sentir um amor imenso por si pelo seu bebé e pela sua experiência.

Toda as gravidas merecem:

  • Gravidez feliz, saudável
  • Parto respeitado
  • Pós-parto positivo e de sucesso

A Grávida deverá ter uma experiência onde:

  • ela é o centro de todo o processo
  • ela pode explanar os seus desejos
  • ela toma as suas decisões, informadas e livre e não por medo ou passividade.

Todas as mulheres merecem ter uma Experiência de Parto Positiva onde ela deve:

  • Confiar na sua habilidade para dar à luz…
  • Saber comunicar com os profissionais de saúde…
  • Sentir-se confortável tanto física como emocionalmente…
  • Escolher onde nasce o bebé…
  • Escolher quem está com ela …
  • Escolher como gostaria que o bebé nascesse…

Quando uma mulher decide que merece, que quer e que consegue ter uma Experiência de Parto Positiva, deverá escolher o meu Curso de Preparação para o Parto com Hypnobirthing, onde terá acompanhamento durante a gravidez, preparação para o parto e apoio no pós-parto.

A Preparação para o Parto com Hypnobirthing que criei “É um método único que combina as minhas competências e conhecimentos como Parteira, a minha formação em Yoga, e no Hypnobirthing da qual sou terapeuta.”

Ele é uma “CAMINHADA PARA A TUA EXPERIÊNCIA DE PARTO POSITIVA”.

O Hypnobirthing usa um conjunto de técnicas que harmonizam a mente e o corpo da grávida bem como o seu bebé, proporcionando uma gravidez serena e uma experiência de parto positiva.

É simples, lógico, baseado em evidências, e sobretudo FUNCIONA.

Não promete o parto perfeito nem ideal (não há planos), promete uma experiência positiva de parto nas vossas próprias condições, seja ele o parto sonhado, seja um parto completamente diferente.

Para tal, será necessário rever crenças, encarar preocupações, ajustar expectativas e adquirir ferramentas para tomar as melhores decisões para todas as eventualidades.

Autora: Telma Cabral

28/11/2021