“JÁ PERGUNTASTE AO TEU BEBÉ SE ELE TEM MEDO DO PARTO?”
- O teu bebé continua sentado no teu útero?
- As semanas passam e o teu bebé não dá sinais de querer nascer?
- Sentes-te insegura e ansiosa pois é provável precisares de induzir o parto?
- Já pensaste que o teu bebé pode ter medo de nascer?
Se durante a gravidez a mulher sente medos relacionados com o parto ou com o bem-estar do bebé, ele provavelmente irá assumir que dentro do útero será o melhor lugar para estar.
Os acontecimentos que decorrem no período pré e perinatal, ou seja, no período em que o bebé se encontra no útero, desenvolvendo-se e crescendo até à sua saída para o exterior onde irá encontrar-se com a sua mãe, têm um grande impacto no resto do ciclo da sua vida.
Têm também um grande impacto na sua visão e expectativa do que será a hora do parto ou mesmo do que o espera na vida extrauterina.
O bebé regista todas as vivências intrauterinas e do parto, constituindo informações definitivas no hemisfério direito do seu cérebro, sendo imprescindível evitar os traumas nesta fase, para não condicionarmos quer o seu nascimento quer a sua a vida futura.
A perceção do feto da vida no exterior, enquanto está dentro do útero, será aquela que a sua mãe lhe transmite, uma vez que ela é o canal de comunicação por excelência.
Mas este canal não tem um filtro eficaz no que diz respeito a emoções, sentimentos, medos angústias… quer na gravidez quer durante o parto.
O que a grávida sente é transmitido ao seu bebé de forma sistémica, através do sangue, uma vez que o stress, causado pelo medo ou ansiedade desencadeia respostas hormonais que conduzem a alterações bioquímicas do sangue da mãe e consequentemente do bebé (Wilheim, 1997).
Estas alterações bioquímicas são registadas pela produção aumentada de adrenalina e cortisol – hormonas do stress. Estas hormonas atravessam a placenta provocando os mesmos sintomas no bebé: taquicardia, respiração acelerada e contração anormal dos músculos.
No final de uma crise de ansiedade mãe e bebé ficam esgotados, a sensação de mau estar permanece criando uma memória desconfortável.
Se chegam estas substâncias ao bebé, e se promovem estes sentimentos, é de prever que também sentimentos de alegria, felicidade, tranquilidade e amor chegam até ele proporcionando-lhe memórias de bem-estar, garantindo o seu correto desenvolvimento e crescimento.
Quando a grávida tem medos relacionados quer com a gravidez quer com o parto ou mesmo com o bem-estar fetal, ela condiciona a perspetiva do bebé, levando-o a assumir que algo poderá não estar bem.
Estes sentimentos podem manifestar-se de inúmeras formas, desde os nascimentos prematuros, quando as alterações hormonais são tão grandes que afetam a contratilidade uterina, ou por outro lado bebés que não conseguem assumir a posição cefálica, ou mesmo não conseguem desencadear o trabalho de parto.
Na minha prática com a preparação de casais grávidos, verifico na lista de medos e de expectativas que lhes peço para fazerem, que esses medos e expectativas, estão intimamente ligados à posição que o bebé adota dentro do útero, a qual ele insiste em manter, se não os resolvermos.
Grávidas que acompanho, que apresentam bebés sentados, normalmente têm, ou história anterior de parto traumático ou cesariana de sucesso. No primeiro ela demostra medo de repetir a experiência, na segunda tem como garantido que a cesariana será sempre de sucesso.
O medo provocado por histórias que a grávida ouviu, de partos traumáticos, também pode ser decisivo numa posição fetal incompatível com o parto vaginal.
É também frequente encontrarmos bebés que teimam em demorar a nascer, em mães com medo do parto ou com medo de não saberem cuidar do seu bebé.
Em mamãs que fazem indução do parto, esta tende a demorar e a estender-se ao longo do dia, se ela estiver com medo.
Quando a grávida está preparada, identificou e curou os seus medos ela garante ao seu bebé que está tudo bem e que a sua chegada e aguardada com expectativa.
A grávida deverá encontrar ferramentas que a ajudem a conseguir manter-se mais relaxada e sem ansiedade durante a gravidez e durante o parto. Ferramentas que a ajudem a conversar com o seu bebé, a garantir-lhe que tudo está bem e que o aguardam cheios de amor.
A mamã deverá pedir ao seu bebé que adote a melhor posição, aquela que permitirá um nascimento tranquilo. Poderá criar Afirmações Positivas, ou a escrever uma carta ao seu bebé.
Todas essas ferramentas terão o máximo de eficácia se a mãe, desde cedo, estabelecer conexão com o seu bebé.
“A CONEXÃO ENTRE A MÃE E O BEBÉ, AINDA NO ÚTERO, É UMA FERRAMENTA MARAVILHOSA DE CRESCIMENTO PESSOAL E DE VINCULAÇÃO. 💖, NO ENTANTO, AO CRIAR ESTA CONEXÃO, E ASSIM QUE A GRÁVIDA DESPERTA PARA ESTA CONSCIÊNCIA, É DE UMA ENORME RESPONSABILIDADE PARA SI, POIS ELA SE TORNA RESPONSÁVEL POR TUDO O QUE ENVIA AO SEU BEBÉ. 🙏”
Telm Cabral
Então, tomada esta consciência, vamos potenciá-la, vamos torná-la numa ponte firme, bem estruturada e enraizada que levará ao teu bebé toda a energia, o amor, a força, a autodeterminação, a confiança que ele precisa para que no dia do parto consiga eficazmente, progredir e encaixar na tua bacia e chegar até ti de uma forma rápida e vivida como uma experiência de parto positiva ✨✨✨
Autora: Telma Cabral
03/08/2021